Apoio ao Empreendedorismo Digital
A economia sempre encontrou no aparelho estatal, o parceiro por excelência para impulsionar o mundo dos negócios, em particular nos momentos de crise económica. As iniciativas que os governos adotam quando são bem sucedidas, promovem inúmeras consequências sobre a economia dos países, uma vez que afetam de diversas formas a vida das “pessoas, das empresas e da sociedade de forma geral”.
Os países que adotam medidas que promovem ações de apoio ao empreendedorismo conseguem minimizar sobremaneira problemas na sociedade. Sem estas ocorreriam possibilidades reais de gerar fragilização no tecido social, provocando tensões que por via de regra desaguariam às portas do poder público.
O apoio ao Empreendedorismo Digital por parte do poder público é uma iniciativa por demais justa e louvável, assim como também inteligente. O Empreendedorismo Digital possui uma performance diferenciada em função das características de seu perfil inovador. Os baixos custos de implantação e a possibilidade de atender demandas e expectativas de um grande número de pessoas de forma rápida e simultânea, são sem sombra de dúvidas dentre outros elementos um canal precioso que se abre em favor de um público ávido a adentrar ao mercado de trabalho.
Esta possibilidade é real. Hoje de forma efetiva temos um número crescente de jovens que percebem no Empreendedorismo Digital uma alternativa às formas clássicas de Empregabilidade.
Brasil e Portugal caminham a passos largos apoiando de diversas formas todos aqueles que enxergam oportunidades de negócio no Empreendedorismo Digital.
No Brasil este suporte institucional é oferecido principalmente pelo SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas e Micro Empresas. Em cada uma das 26 unidades da federação (Estados) e no Distrito Federal (Brasília), existem diversas agências do SEBRAE oferendo serviço especializado a todos aqueles que desejam desenvolver negócios no âmbito do Empreendedorismo Digital.
Todas as agências do SEBRAE possuem a atribuição de desenvolverem ações em prol do Empreendedorismo Digital que possibilitem dar cumprimento à Missão institucional do órgão, que são dentre outras as de realizarem constantes espaços de capacitação e qualificação profissional; missões empresariais e rodadas de negociação; consultoria e prospecção de investidores e oportunizar espaços de diálogos entre aceleradoras e incubadoras de Startups.
No Paraíba a maior agência está situada na Capital do Estado, João Pessoa. O SEBRAE – Paraíba atende os Empreendedores Digitais através da plataforma “START-PB Tecnologias Inovadoras”.
A direção do SEBRAE-PB está à cargo do Superintendente Dr. Walter Aguiar e a gestora do START-PB é Danyele Raposo.
Este serviço responde por uma ampla equipa de trabalho composta por diversos especialistas, dotados de larga experiência, com competências e habilidades necessárias para atender a multiplicidade de ideias de Empreendimentos Digitais que constantemente surgem e que encontram no SEBRAE – PB o apoio necessário para que o Empreendedor Digital esteja devidamente capacitado a desenvolver todas as etapas necessárias para que a Startup esteja em condições de colocar o seu produto ou serviço, em condições de produção e comercialização.
Ela é graduada em Ciências da Computação, pós graduada em e-commerce e segurança da informação.
O SEBRAE-PB através do Start-PB, realizou no último 19 de maio nas cidades de João Pessoa e Campina Grande a 4ª edição do “STARTUP DAY”. Este evento aconteceu simultaneamente em todo o Brasil. Em números vemos com maior clareza a sua grandiosidade e a importância que o SEBRAE dá ao Empreendedorismo Digital.
STARTUP DAY 2018 | 4ª Edição | 26 Estados | +60 Cidades |
280 Horas de evento | 336 Horas de Conteúdo | 151 Painéis | |
12 Mil pessoas | ∞ Conexões | 100 % Impacto Digital |
Conversámos com Danyele Raposo que nos apresentou uma série de informações que serão úteis a todos que entendem o Empreendedorismo Digital com uma atividade económica que demanda um alto grau de conhecimento técnico.
A reflexão da Danyele Raposo poderá auxiliar aqueles que estão iniciando no segmento, no que amplia o horizonte de compreensão desta forma de negócio, minimizando os erros e equívocos que trazem por consequências, prejuízos financeiros, perca de tempo e dispêndio de energias.
Segundo a gestora é preciso que os organismos de ordem governamental e privada, compreendam que se faz necessário apoiar os Empreendedores Digitais desde o momento em que os mesmos se apresentam em fase inicial do negócio, passando pela “ideação, operação e tração”.
As agências do SEBRAE estão preparadas, através de seus mentores, para prestar atendimento em conformidade ao estado de maturação dos Empreendimentos Digitais.
As características regionais, urbanas e culturais, o ecossistema, as condições macro económicas da área de cobertura e abrangência da Startup, são elementos que são observados com a sua devida importância durante todas as etapas de suporte à Startup.
Uma das fases mais importantes do processo de maturação da Startup é o momento em que o Empreendedor Digital consegue explicitar, de forma precisa, que o seu negócio reúne de fato as características conceituais típicas de uma Startup. Pois nem todo negócio digital pode ser entendido como uma Startup. Para ser conceituado como uma, a gestora cita algumas características que são fundamentais.
“Possuir poder de gerar negócios em escala sem demandar em aumento da equipa na mesma proporção, bom nível de inovação com lastro tecnológico, proporcionar condições de ser repetível em diferentes cenários”. (Danyele Raposo)
O processo de consolidação da marca no mercado é bastante variável e um dos fatores determinantes é o grau de dedicação e envolvimento do CEO, fazendo com que o tempo de consolidação do negócio varie conforme o cenário de incertezas vá sendo equacionado. A percepção das expectativas e necessidades do público é um fator determinante no fechamento da equação empresarial.
O SEBRAE foi criado originalmente com o objetivo de fomentar e apoiar ações do Empreendedorismo Clássico. Hoje ele tem no Empreendedorismo Digital uma vitrine bastante eficiente que auxilia os demais empreendedores a perceberem a necessidade e importância de atualizar e modernizar as práticas empresariais. Segundo a gestora do Start-PB, “tecnologia e inovação” são características transversais no mundo dos negócios. Assim sendo, podem impactar os formatos tradicionais de negócio, que vão desde uma floricultura, uma loja de frutas, peixaria, padaria, petshop e demais.
Esse raciocínio é importante que o empreendedor clássico ou tradicional possua para que este não se posicione em condições de desvantagem junto aos concorrentes naturais e mesmo perante aos Empreendedores Digitais.
“Hoje o acesso e o manuseio das ferramentas tecnológicas (Hardware e Software), possuem um custo de aquisição extremamente inferiores e as facilidades de acesso são bem maiores que há 20 anos atrás. Onde vivíamos enquanto humanidade e no mundo dos negócios uma outra realidade, ensejando deste feita aos empreendedores que estes se dediquem e se convençam da necessidade imperiosa de se reinventar.” (Danyele Raposo).
Encontramos críticos aos apoios oferecidos pelo Estado Brasileiro e Português aos Empreendimentos Digitais. É preciso que estes críticos percebam que na sua grande maioria, os candidatos na faixa etária dos 18 aos 26 anos, são abordados no empreendedorismo clássico em um processo seletivo na busca do primeiro emprego, com questionamentos iniciais a respeito da sua experiência profissional, óbvio que é nenhuma e consequentemente estes não conseguirão lograr êxito em seu intento.
Por isso cabe o apoio Estatal ao apelo deste segmento da sociedade que não pode ficar à margem do mercado de trabalho. Vale salientar que muitas vezes as vagas ofertadas, estão bem aquém das suas expectativas em função da sua larga qualificação académica.
Se atentarmos para todo o investimento que foi feito por este jovem, sua família, e o estado, perceberemos que esta força de trabalho extremamente qualificada e preparada, não pode permanecer com a sua força produtiva à margem da sociedade.
O Empreendedorismo Digital pode ser vivenciado com grande margem de sucesso nas zonas urbanas e zonas rurais, proporcionando um incremento no tocante a Empregabilidade e permanência na terra natal dos jovens, podendo proporcionar grandes benefícios à produção local de aglomerados de pequenos e grandes agricultores, criadores de rebanho, associações e cooperativas rurais. O agronegócio como um todo é um exemplo de um segmento extremamente fértil para surgimento de uma vasta gama de Startups.
O advento da internet, sua interiorização e popularização, abrem portas para que enxerguemos soluções para problemas e situações que podem ser transformadas em negócios, impactando a renda “per capita” e o IDH da população dos países, assim como o PIB e a balança comercial.
Apoiar o Empreendedorismo Digital se constitui como uma forma de transformar e oportunizar condições para incluir na base económica, grupos sociais que encontram dificuldades de inserção no mercado de trabalho, ora por conta de questões de ordem económica regional, faixa etária e até mesmo raça, religião, género e opção sexual.
É necessário que se olhe o Empreendedorismo digital sem preconceito e percebam que ele não é um modismo, uma vez que apresenta condições de produzir benefícios impares para a sociedade.
A rentabilidade é um fator de destaque no Empreendedorismo Digital, no entanto que se compreenda que só é alcançável e louvável, desde que se consiga estabelecer uma conexão sólida com o consumidor que se sente atendido em suas reais necessidades e não apenas impactado por mais um produto ou serviço que ora lhe é oferecido.
Neste contexto, compreendemos como extremamente legítimas e louváveis todas as iniciativas impetradas por Brasil e Portugal no sentido de proporcionar apoio ao Empreendedorismo Digital, uma vez que muitos negócios surgem de uma forma extremamente simples, tendo muitas vezes como ferramentas básicas e iniciais de trabalho apenas um computador conectado à internet e uma equipa qualificada e em sintonia com a ideia do CEO da Startup.
Finalizando a entrevista com Danyele Raposo, ela destacou alguns conselhos aos Empreendedores Digitais, à luz da sua experiência profissional e os vários anos em que está a frente da equipa do Start-PB do SEBRAE-PB.
- Pesquise o mercado e estude a fundo o mais que possível os elementos positivos e negativos do seu empreendimento digital. Agindo desta forma, as possibilidade de perder tempo, dinheiro e credibilidade junto aos players que estão à sua volta, estaremos minimizando as possibilidades de fracasso;
- Produza conteúdo para si mesmo e sua equipa. Faça com que os seus pares possam estar cada vez mais envolvidos na ideia do negócio;
- Escute atentamente a opinião de pessoas qualificadas como outros Startuppers, os bem e os mal sucedidos, mentores, investidores e consultores;
- Se dedique a estudar e a ouvir principalmente. Esteja aberto para que o mundo lhe impregne de informações. Uma vez estando preparado com os devidos filtros, você conseguirá perceber com nitidez e clareza tudo que lhe levará ao caminho do sucesso.
- É preciso ficar sempre atento às vozes do mercado. Elas podem vir de diversas fontes, mas o fato determinante é dar toda à atenção. Se mesmo depois de um alongado tempo o negócio ainda não impactou positivamente é provável que a proposta da Startup e o mercado não estejam na mesma sintonia. Seja humilde o suficiente para saber diferenciar quando você está sendo perseverante, resiliente ou sendo apenas teimoso.
Normando Vitorino
CEO
IDH Consultoria & Negócios
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