Importância do Empreendedorismo Digital no Mundo
Os agentes públicos de vários países têm observado a importância do Empreendedorismo Digital no mundo, devido ao seu potencial de permitir a camadas da sociedade que enfrentam dificuldades, a empregabilidade e a inserção no mercado de trabalho, evitando, deste modo, a redução da base de contribuição tributária e a consequente ampliação dos custos do Estado, em face da necessidade de criação de políticas públicas de apoio sócio assistencial.
Particularmente os jovens na faixa etária dos 15 aos 30 anos, emanam de uma geração envolta no uso e no acesso à tecnologia. No Brasil, a quantidade de telemóveis disponíveis nas mãos dos usuários é superior à quantidade de habitantes e em outros países a exemplo da China e da Índia, esta realidade é bem semelhante. Em simultâneo, tem-se assistido em todo o mundo ao aumento de usuários da internet.
Esse fato está gerando um impacto transformador nos negócios, em decorrência da forma de compreensão destes profissionais que se afastaram do mundo de trabalho. Essa geração é propensa a adotar ações inovadoras e disruptivas, típicas do seu universo cognitivo, eles sabem lidar com diversos níveis de entropia e conseguem perceber alternativas às formas clássicas de compreensão dos problemas enfrentados pela sociedade.
Os países desenvolvidos ao longo das décadas deram a percepção cultural aos seus jovens, de que o processo de inserção no mercado de trabalho será uma consequência natural da boa qualificação profissional adquirida ao longo do seu processo educacional e em particular, do seu desempenho no curso universitário, indo muitas vezes até o doutorado.
As realidades mudam. As pessoas e os agentes públicos de forma geral, precisam se conscientizar de que o processo de ensino-aprendizagem, deve obrigatoriamente interagir com as demandas e realidades de mercado. A humanidade mudava seus padrões comportamentais nas décadas passadas de geração em geração, hoje a velocidade de mudanças e transformações se dão dentro da mesma geração. Vivemos em um momento ímpar, diria inédito, em uma sociedade onde os filhos são os professores naturais dos seus pais, os ignorantes da era digital.
Novas profissões estão surgindo rapidamente, em compensação outras estão escasseando a sua demanda ou mesmo sumindo.
A elevada qualificação profissional que é uma tônica entre boa parte dos Startuppers, nos faz perceber alguns fatores que ajudaram para que muitos tenham conseguido lograr sucesso com sua Startup, em um decurso de tempo bem menor que outros. Quais são estes fatores?
Os Startuppers que ao longo de sua vida pessoal e profissional desenvolveram uma cultura interior empreendedora, conseguem com maior rapidez e com grande propriedade implantar as suas ideias dentro das Startup e mover players que contribuem de forma mais proativa no processo.
O alto grau de conectividade do Empreendedorismo Digital com o ecossistema é uma das características perceptíveis que o Startupper vitorioso desenvolveu em seu perfil cognitivo. Ao passo que outros não tiveram ao longo de seu processo de formação profissional uma percepção da eminente necessidade de conexão entre a sua postura e escolha acadêmica com o mercado de trabalho e as demandas da sociedade e do consumidor, tendem a demorar mais tempo para conseguir fazer a Startup atingir um patamar de Escalabilidade, ou mesmo não conseguem atingir uma conexão com o mercado, vindo a fracassar.
Aliada as demandas no mundo moderno, temos situações que impelem os governos a estimularem o uso de tecnologias sustentáveis, uma vez que os recursos naturais não são renováveis indefinidamente e a sua utilização é de caráter finito.
Existem algumas áreas de interesse global que demandam uma atenção multicontinental, onde os Blocos Geopolíticos dos Países devem conduzir as suas decisões comerciais na perspectiva de compreensão de que além dos interesses econômicos e políticos, precisamos encontrar condições de habitabilidade no Planeta Terra para as gerações que nos sucederão.
Desta forma a inovação tecnológica estimulada pelos programas governamentais dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, deverão se voltar prioritariamente para setores vitais à sobrevivência da raça humana, quer sejam na zona urbana ou rural, proporcionando o uso, o estímulo e a disseminação de energias limpas e renováveis; fortalecimento da agricultura familiar, facilitando o acesso aos meios de produção dos pequenos agricultores; preservação, conservação, proteção e manutenção das áreas próximas dos mananciais dos afluentes fluviais e de todo o vasto ecossistema da vida marinha.
O Empreendedorismo Digital se apresenta como essa via por excelência para oferecer à sociedade e aos governantes, as ferramentas que venham proporcionar efetivas condições. O ambiente da inovação tecnológica das Startups, apresenta as perspectivas de solução para os problemas acima elencados.
“Precisamos ser inovadores, com a compreensão de que precisamos gerar um mundo com melhores condições de vida para as futuras gerações na Terra e trabalharmos com a legítima e honesta percepção para enfrentarmos os bolsões de exclusão decorrentes do surgimento das novas tecnologias”.
Os números do Empreendedorismo Digital em Portugal
As Startups de facto em Portugal estão obtendo uma taxa de crescimento anual em torno dos 20%. Esse número é muito expressivo e demonstra o grande interesse dos jovens, em particular no Empreendedorismo Digital, decorrente de problemas relativos à empregabilidade e à inserção no mercado de trabalho.
Segundo a Microsoft, os dados publicados pela Dun & Bradstreet e pela Startup Europe Partnership, mostram a vitalidade do sector em Portugal, apontando para mais de 40 mil Startups que foram criadas em Portugal até 2017. Em 2018, se espera que os números sejam ainda mais significativos, a Secretaria de Estado da Indústria confirma o bom momento que Portugal está passando em termos do Empreendedorismo Digital.
Por distritos, Lisboa lidera, ao concentrar perto de 122 mil empresas e outras organizações, 27,8% do total. Seguem-se o Porto, com cerca de 76 mil (17,2%), e Braga, com 34 mil novas empresas (7,8%). Apesar de apresentarem números inferiores, destacam-se ainda os distritos de Aveiro, com 27 mil empresas e outras organizações (6,2%), Setúbal, com 26 mil (5,8%), Leiria e Faro, ambos com cerca de 21 mil novas empresas (4,7%).
Os números do Empreendedorismo Digital no Brasil
No tocante da eficiência por cidade, os destaques ficam por contas de municípios menores, que mesmo com um PIB pequeno, conseguiram gerar um número relevante de startups. Nesse ranking, Itajubá (MG) ficou em primeiro lugar, seguida por Tubarão (SC), Balneário Camboriú (SC) e Campina Grande (PB). As grandes capitais ficaram de fora das top 20 cidades mais eficientes. São Paulo ficou em 37o lugar.
ABStatups (Associação Brasileira das Startups) é a entidade privada que representa e desenvolve ações em prol das Startups em todo o Brasil e realizou uma ampla coleta de dados com os seus associados que nos permite termos uma leitura ampliada a respeito do quadro do Empreendedorismo Digital no Brasil, apontando os estados e cidades que concentram o maior número de iniciativas, modelos de negócio e sectores de atuação.
Em termos geográficos, o estado de São Paulo é líder disparado em número de startups filiadas: são 31%. Minas Gerais – onde fica San Pedro Valley, região de Belo Horizonte que abriga startups como RockContent e SambaTech – está em segundo lugar, com 9%. Em terceiro está o Rio de Janeiro, com 8%.
Quando se trata de modelos de negócios empregados, o mais comum é B2B (business-to-business), usado por 21% das filiadas. B2C (business-to-consumer) e assinaturas fecham o top 3, com 15% e 11%, respectivamente.
Por fim, a divisão por sectores é bastante equilibrada. O setor de “software as a Service”, conhecido pela sigla Saas e também como web apps, foi escolhido por 5% dos empreendedores. Empatada com educação está a internet de maneira geral, com 4%. Comunicação e mídia ocupam 2%. As fintechs, como são conhecidas as startups do setor financeiro como o Nubank, são 1% das filiadas.
Para ilustrar melhor a importância que o Empreendedorismo Digital possui e a sua capacidade de contribuir e auxiliar à sociedade e os países na busca de soluções para graves problemas enfrentados no Planeta, apresentamos o anuário do GII recentemente publicado pela Universidade de Cornell, a INSEAD e a OMPI, órgão vinculado a ONU.
Eles são os responsáveis pela produção do anuário GII (Índice Global de Inovação). O GII 2018 trás dados muito importantes no sentido de ajudar os dirigentes dos órgãos públicos de cada um dos 126 países alvos da pesquisa no que diz respeito ao desenvolvimento de políticas públicas em áreas diversas.
O GII está em sua 11ª edição e é uma ferramenta quantitativa e qualitativa detalhada que auxilia na tomada de decisões. O índice classifica 126 economias com base em 80 indicadores, que vão desde as taxas de depósito de pedidos de propriedade intelectual até a criação de aplicativos para aparelhos portáteis, gastos com educação e publicações científicas e técnicas.
A Suíça ocupa a primeira posição no índice, seguida dos Países Baixos, Suécia, Reino Unido, Cingapura, Estados Unidos, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Irlanda. Onze das vinte principais economias em inovação vêm da Europa, incluindo as três primeiras: Suíça, Países Baixos e Suécia. A Suíça ocupa a primeira posição no GII pelo oitavo ano consecutivo.
“A classificação da China em 17º lugar, representa um avanço para uma economia que vivencia uma rápida transformação guiada por uma política governamental que prioriza a pesquisa e o intenso desenvolvimento da engenhosidade”, segundo a anuário publicado em 10 de julho de 2018.
Enquanto os Estados Unidos caem para a sexta posição no GII 2018, acrescenta o estudo, a China é uma potência da inovação que produziu muitas das empresas líderes em alta tecnologia e das inovações transformadoras do mundo. Os Estados Unidos ocupavam a quarta posição no ano passado.
O Brasil, maior economia da América Latina e Caribe, ocupa o 64º no GII deste ano, subindo cinco posições na comparação com 2017. Essa é a melhor posição do País em quatro anos. Mas o Brasil não tem a liderança da América Latina, ocupada pelo Chile, que está em 47º lugar no GII neste ano, a melhor classificação para a região com pontos fortes em qualidade regulatória, matrículas no ensino superior, acesso a crédito, empresas que oferecem treinamento formal, abertura de novas empresas e fluxos de entrada e de saída de investimentos externos diretos.
Com relação ao Brasil, a publicação destaca os gastos com P&D, importações e exportações líquidas de alta tecnologia, qualidade de publicações científicas e universidades, especialmente a Universidade de São Paulo, a Universidade de Campinas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro
A Costa Rica está na segunda posição da região, com destaque para gastos com educação, acesso a crédito, produção por trabalhador, valor pago por uso de propriedade intelectual, exportações de informações e serviços de tecnologia da comunicação e mídia gráfica e outras mídias.
Em terceiro lugar na região, aparece o México, com destaque para facilidade de obtenção de crédito, fabricação técnica, importações exportações técnicas líquidas e exportações de bens criativos.
“O Índice Global de Inovação é muito importante para a construção e o aperfeiçoamento das políticas de inovação no Brasil, uma vez que aponta nossas oportunidades para melhoria e nossos pontos fortes. Também é um instrumento vital para a definição de novas políticas. Com a nova revolução industrial que está por vir, a inovação ganha um novo peso no desenvolvimento e na competitividade das nações, e o Brasil deve se dirigir para esse caminho”, afirma o presidente da CNI, Robson Andrade.
Portugal no GII está bem melhor posicionado que o Brasil. Isto se dá porque o cálculo do índice matemático utiliza a Educação, a qualificação profissional e a produção técnico-científica, dentre outros parâmetros onde o Brasil ainda se apresenta bastante deficitário.
Fica claro, segundo a evolução do índice, que o Brasil apresenta avanços significativos, mas que há ainda um longo caminho a percorrer, frente às grandes discrepâncias educacionais e regionais existentes no país.
Normando Vitorino
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