Marketing Tribal e Storytelling
Storytelling é a união de duas palavras: story (história) e telling (contar), ou seja, estamos a falar do processo de contar histórias e estas têm papel de relevo no marketing tribal.
Esta ferramenta é utilizada já há muitos anos em várias áreas, como o marketing e a publicidade, com o objetivo de ganhar vantagem competitiva.
Trata-se duma ferramenta muito importante e que deve ser tida em conta no momento da elaboração de uma estratégia de marketing.
Isto porque o storytelling é muito poderoso no estabelecimento de uma ligação mais profunda e emocional com o consumidores e potenciais consumidores através da identificação que estes sentem, por exemplo, com os valores da marca.
Storytelling: O Poder de Uma Boa História
As histórias geram um impacto muito grande nas pessoas, tanto pela identificação, como pelo desejo – importância do “ideal self” e de conhecermos o nosso consumidor e o potencial consumidor (Deseja viajar? Deseja ser mais novo?).
Trabalhar uma marca tendo em conta o storytelling é tornar-se mais relevante para o público, é tornar a marca mais impactante e humana.
Tribos
O estudo do comportamento humano mostra que todas as pessoas têm a necessidade de pertença e desejo de pertença.
O termo tribo no marketing aparece recentemente e é definido como um conjunto de indivíduos que se agregam com base no apego emocional a uma dada marca ou produto.
Há autores que defendem que as tribos “pós-modernas” se mantêm unidas pela emoção e paixão partilhadas pelos seus intervenientes e que este compromisso se manifesta, essencialmente, através de símbolos e rituais.
Características das Tribos
As tribos, em marketing tribal, têm tipicamente as seguintes características:
- Forte união em torno da afetividade a uma dada marca, produto ou serviço;
- Os seus membros têm pouco mais em comum do que o gosto pela marca;
- A tribo cocria marcas, produtos ou serviços juntamente com as empresas;
- Os seus membros opõem-se, usualmente, a outras marcas.
Estas características demonstram que, se a marca quer usufruir do marketing tribal, é necessário ir mais além da segmentação tradicional do mercado pois há pouco em comum entre os membros de uma tribo.
As marcas têm a capacidade de criar ligações, grupos e tribos. Deste modo, as marcas estão a fazer com o que o consumidor sinta que pertence à tribo, que é “um de nós”.
Esta estratégia leva a níveis de lealdade muito elevados e cria em cada consumidor um embaixador da marca que, ainda por cima, normalmente, se opõe a outras marcas concorrentes.
A conexão do consumidor torna-se muito mais profunda com os valores da marca e com a história que ela conta.
Se pensarmos na marca Coca-Cola, o que é vendido não é um refrigerante, é a felicidade. É uma emoção. Uma experiência.
Esta marca tem uma tribo a nível mundial que, se analisarmos, tem todas as características vistas acima, incluindo a famosa oposição à principal concorrente, a marca Pepsi.
Conteúdo e Storytelling
Talvez o que seja mais imediato, ao analisarmos com vamos então contar a história, seja pensar em texto.
No entanto, é fundamental que a história seja comunicada de forma transversal.
Isto significa que a história tem de ser contada através de todos os canais e conteúdos, desde as redes sociais ao atendimento ao cliente, passando por todos os pontos de contacto que o consumidor pode ter.
A história tem de estar incorporada em tudo – e os pormenores marcam a diferença! A criação de uma identidade de marca coesa é fundamental.
Quando estudado o tipo de conteúdo que as pessoas irão querer ver mais no futuro, 45% respondeu publicações nas redes sociais e 43% disse vídeos.
É, então, importante estar atento a este tipo de estudos e canalizar mais esforços nestes tipos de conteúdo, tendo sempre em atenção o público da marca e, uma vez que se trata de conteúdos digitais, ir analisando algumas estatísticas e ir adaptando a estratégia de conteúdo.
Em pequenas empresas, isto torna-se mais relevante uma vez que havendo orçamentos de marketing que obrigam a fazer escolhas, elas têm que saber o que o consumidor quer ver mais e conseguirem “apostar”, de uma forma mais segura, no tipo de conteúdos que irão contar a sua história.
Pode ser também interessante a marca contar a mesma história de diferentes formas, em diferentes redes sociais, tendo em conta o perfil de seguidores na rede social em questão.
Ou mesmo, relembrando que uma das características das tribos é a cocriação e pedir “ajuda” à sua tribo.
De certeza que já viu anúncios que são feitos pelos consumidores: as marcas fazem concursos em que os consumidores têm, por exemplo, de fazer um vídeo do que significa a marca para eles e os cinco mais criativos ganham uma viagem e o vídeo é incorporado num anúncio publicitário.
Esta estratégia leva a que este anúncio seja visto como “mais verdadeiro” pois contém histórias e pessoas reais e claro, estes atributos, passam a ser associados à marca e criam desejo de pertença à tribo.
Conclusão
Apesar de contarmos e ouvirmos histórias desde crianças, o storytelling é uma ferramenta bastante complexa e à qual devemos dar atenção na criação de uma estratégia de marketing.
É necessário humanizar as marcas, torná-las mais próximas do seu target, ou se quisermos ir mais além, da sua tribo.
A criação de ligações cada vez mais emocionais, mais verdadeiras e próximas gera maior relevância junto dos consumidores e, acima de tudo, consumidores fidelizados à marca.