O Empreendedorismo na Arca de Noé
O conhecimento que flui no âmbito das companhias, governos, empresas e organizações de forma geral através de seus líderes e liderados, é uma riqueza incalculável, em vista que a produção do conhecimento e as informações se propagam em uma velocidade muito mais alta que a nossa disposição em absorver.
Isso é fato e demonstra a vitalidade das organizações humanas e a importância das suas experiências, conhecimentos, erros e fracassos.
Nesta perspectiva cito o livro mais lido e traduzido nas mais variadas línguas em todos os países, a Bíblia.
Ele não é apenas um livro de conteúdo religioso, pelo contrário, envereda por nuances típicas da multiplicidade de apelos da complexidade da gênese humana, como questões de ordem histórica e estórica, arqueológica, sociológica, usos e costumes dos povos e traça parâmetros éticos e morais na condução nas práticas de vida e dos negócios.
Estas informações, conhecimentos e experiências, tanto as exitosas, como as fracassadas ou frustradas, possuem um grau de importância e significado muito elevado para aqueles que pensam no segmento corporativo, no desenvolvimento de estratégias comerciais, quer seja no varejo ou no atacado, na elaboração de planejamentos estratégicos de atuação e ampliação de novos mercados.
O segmento industrial e comercial tem muito a aprender com a Bíblia, principalmente no que diz respeito a aprender com os erros.
Se colocar de forma cética diante de um livro que retrata milênios da história da humanidade em diversos povos, línguas e culturas, significa renunciar a possibilidade de aprendizado com a assertividade das decisões em seu negócio e onde você desempenha a sua atividade laboral, independente da sua importância na esfera hierárquica.
Reflita um pouco, talvez você esteja perdendo uma excelente oportunidade de evitar erros e fracassos que muitas vezes serão determinantes para ruína do projeto da empresa e até mesmo o seu pessoal.
A Bíblia pode ser muito mais do que um livro de autoajuda e de referências religiosas.
Pela narrativa bíblica passaram reinos (companhias), tidos em suas épocas como invencíveis e inabaláveis, mas que se deixaram sucumbir pela prepotência, arrogância, falta de humildade e da capacidade de se reinventar.
Tivemos Imperadores e Reis (administradores/CEO) tão valorizados que eram considerados deuses, líderes de povos que conseguiram alcançar grandes conquistas com condições mínimas e em situações de extrema adversidade inacreditáveis para sua época.
Algumas pessoas desempenharam neste contexto a função de “assessores” e auxiliaram os “gestores de projetos” com tamanha primazia, dedicação e empenho alcançando posições acima, em função dos números e conquistas obtidas.
Fica uma pergunta para o leitor:
“Será que encontramos alguma semelhança com o mundo corporativo”
“Estratégias Vencedoras são construídas por Estrategistas Vencedores.”
Vamos nos deter na “Arca de Noé”, por ser um fato bem conhecido e relatado por diversos povos e culturas, mesmo apresentando interpretações e compreensões diferentes a respeito da sua real existência.
Procuremos nos abstrair da clássica e óbvia pergunta se o evento do Grande Dilúvio que varreu a terra por 40 dias aconteceu de fato e se a arca e o seu personagem principal existiram de fato.
A Arca de Noé (Genesis, Cap. 06 – 08), também encontra um outro nome, “Arca da Aliança”, termo bastante sugestivo e significativo para essa nossa análise no segmento corporativo.
Será que muitas das nossas corporações não estão precisando fazer uma Nova Aliança com os investidores; a gestão e todo o corpo funcional; os consumidores, que por via de regra são os nossos clientes, com o meio ambiente e com a sua própria razão de ser e existir.
“Se compreendermos que as pessoas fazem negócios com pessoas e que o Mercado é o meio para que as pessoas possam exercer a sua atividade remunerada, a tendência é de que os conflitos na estrutura organizacional possam ser melhor equacionados, otimizando as condições orgânicas de empregabilidade, tornando o necessidade de trabalhar em algo menos sofrível e necessariamente injusto”
Os 10 passos abaixo nos ajudarão na análise de posturas mais competitivas e qualificadas no tocante a gestão.
1º Passo – Tudo o que vier a ser feito e construído, precisa conter elementos materiais e imateriais de boa qualidade, de preferência os melhores, não significa obrigatoriamente os mais caros, principalmente no que diz respeito ao material humano. (Gen 6, 14 – 16).
2º Passo – Planejamento estratégico é fundamental para que o projeto seja exitoso, mesmo quando a situação é estável e aparentemente de calmaria e estabilidade.
Os planos enquanto forem apenas Meus, eles serão apenas Meus planos, dificilmente eles se tornarão realizações concretas, pois para que eles se tornem reais, precisarão inquestionavelmente da contribuição do “outro”, logo se tornando um novo “PLANO”.
Essa compreensão é fundamental para que tenhamos a possibilidade de gerarmos o sentimento de “Aliança” no grupo, para que exista o sentimento de pertença a um projeto. (Gen 6, 17- 18).
3º Passo – Os líderes devem assumir uma posição diante dos seus liderados que os façam perceberem que o líder é alguém preocupado e zeloso com a condução do grupo, ele se sente diretamente responsável pela presença de cada um no projeto. (Gen 6,18).
4º Passo – Lembre-se que os departamentos, as áreas, as regionais são diferentes, mas precisam estar todos imbuídos do mesmo intento em uma mesma sintonia.
As tarefas e metas de cada um dos indivíduos são específicas. O líder precisa possuir a compreensão de que para os indivíduos conseguirem desenvolver as suas tarefas, não lhes basta apenas disposição, mas também é necessário que lhes sejam ofertadas as condições para que o mesmo se mantenha produtivo e cheio de energia para fazer parte do projeto que o líder encabeça (Gen 6,19 – 21).
5º Passo – É importante ser pontual e conseguir reunir todo o grupo e procurar não deixar ninguém ao longo do caminho, pois o planejamento precisa se realizar no tempo e no espaço (Gen 7, 1-5).
6º Passo – A idade nos trás um acumulo de experiência e de conteúdo que precisam ser valorizados, quando sabiamente conseguimos fazer um mix etário nas nossas corporações, provavelmente encontraremos um ponto de equilíbrio, pois os desafios nos são apresentados diariamente para ser vencidos por TODOS, nunca devemos nos sentir funcionários de segunda classe ou de uma importância irrelevante.
O líder é aquele que impulsiona os seus liderados a se manterem motivados e atualizados e apreciadores da absorção de forma crítica ao novo, relevando as diferenças de faixas etárias para um segundo plano.
O conhecimento produzido pela humanidade ao longo das gerações constitui um legado que precisa estar interconectado com as novas gerações. O fato de terem surgido em um mundo conectado com as novas plataformas tecnológicas, não podem se abster desta imprescindível possibilidade. (Gen 7, 6).
7º Passo – Os dados estatísticos, as series históricas, as projeções do mercado. Todos estes elementos são de grande importância para determinar os rumos das corporações, mas de qual valia os terão se forem colocados de uma forma que não possibilitem um diálogo com os gestores, dos líderes da companhia, os investidores e os funcionários da companhia.
O “time” do negócio, o feeling de empreendedor são características que NUNCA poderemos deixar à margem das nossas decisões, pois os CEO´s das companhias apresentam características comuns, que é a capacidade de analisar riscos para a corporação, para si mesmo e para os seus liderados.
Lance mão diariamente do senso crítico e de uma auto-análise permanente. (Gen 7, 7-12).
8º Passo – Procure como líder convencer as pessoas a respeito dos seus projetos, mas também se deixe convencer pela força dos argumentos dos seus liderados.
A “liga” em uma equipa não se constrói quando apenas um dos lados propõe e argumenta ideias e projetos.
A chave do sucesso coorporativo é encontrada quando a equipa é ouvida e valorizada, pois o projeto foi absorvido como uma proposta idealizada por todos e não apenas pela diretoria.
Ordens funcionam e são necessárias, mas quando as decisões são tomadas mediante um processo de adesão, a receptividade e consequentemente os resultados serão incrivelmente superiores.
Equipas que pensam de forma semelhante crescem e geram bons resultados. Equipas não precisam pensar iguais, mas é preciso que se forme um ambiente harmônico entre os grupos.
O Líder deve tratar esta conquista como uma meta a alcançar de forma obstinada, pois ela é determinante para que os grupos não entrem em posição de confrontamento, ocasionando dissenções em vista de uma disputa interna causando acirramento de resultados.
Os opostos podem se atrair, mas não conseguirão muito mais que isso. Então procure um parceiro que compartilhe a mesma meta e visão no caminhar. (Gen 7, 13-24).
9º Passo – Se o Líder perceber que o progresso de alguns é lento e de outros é acelerado, não se desespere por que o importante é a perseverança.
Procure elevar a autoestima e a disposição de toda a equipa, desta forma aqueles que ainda apresentam um desempenho insatisfatório se espelharam nos demais, mas de forma que a equipe como um todo sinta o apoio do Líder.
Compreenda que na Arca da Aliança tínhamos animais extremamente ágeis e ferozes e por outro lado animais frágeis, delicados e de pouca mobilidade e agilidade (Gen 8, 1 – 19).
10º Passo – A doce coroa da vitória em um projeto é um apanhado de muitos elementos internos e externos, pessoais e coletivos.
“A Coroa da Vitória ao ser levantada pelo líder deve ser apresentada como uma conquista do grupo.”
Nunca se esqueça de que ao longo de sua trajetória corporativa, existirão outras inúmeras situações em que você ficará à mercê completamente do engajamento da sua equipe para que a meta seja alcançada, a missão seja concluída e daí por diante.
Os desafios nunca irão cessar, assim como a disposição para os enfrentar. A vida nos apresenta cotidianamente obstáculos, mas os nossos limites somos cada um de nós que os delimita. Isto é a tônica nas carreiras profissionais vitoriosas dos líderes de forma contagiante. (Gen 8, 20 – 22)
Os momentos de isolamento e solidão existiram ao longo da trajetória, mas fique em estado de alerta no que diz respeito aos sinais, pois você não é só responsável pela condução de um projeto corporativo, a sua responsabilidade é a de conduzir vidas, onde você muitas destas vezes não as conhece e muitas das vezes nunca irá às conhecer.
Todos os legítimos e honestos esforços devem ser valorizados, independente do tamanho e da competência profissional de cada um.
“Pense um pouco no bem estar que a/o funcionária/o proporcionou em momentos de tensão da equipe com aquele café cheio de sabor e afeto que ela/e gentilmente ofereceu ao GRUPO”
Muitos querem ser reconhecidos e valorizados profissionalmente, valorizados e alçar os melhores postos na companhia. A lógica prevalente para medir o desempenho profissional deve ser a meritocracia.
Carregar piano pode ser um excelente exercício para aqueles que querem ser CEO em sua companhia ou mesmo em outras funções, nem sempre os seus colegas de trabalho conseguem enxergar a complexidade de uma rotina de trabalho, de uma dificuldade ao longo do percurso, alguns possuem habilidades natas mais aguçadas que outros.
O seu sucesso profissional para que este possa vir a ser motivo de orgulho, precisa também refletir o seu sucesso como ser humano, como um líder que valoriza o grupo e fez com que seus liderados se sintam desejosos de estar em sua companhia e ter você como um exemplo de profissional e de ser humano.
Muitos “Líderes” fracassam em seus projetos porque desprezam o valor da sua equipa. Em função da sua incapacidade de gerar engajamento no grupo, que acaba impactando negativamente na geração de resultados.
Alguns “Líderes” entendem equivocadamente que seus largos conhecimentos acadêmicos, títulos e diplomas, por se só lhes serão suficientes para proporcionar o tão desejado sucesso profissional e se esquecem que ao longo do nosso cotidiano precisamos de outros seres humanos para podermos ser, “Ser Humano”.
Os conhecimentos acadêmicos são necessários, mas não serão hipossuficientes para alcançarmos o tão desejado objetivo, O SUCESSO!!!
Normando Vitorino
CEO
IDH Negócios & Consultoria
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